A Herança dos Reformadores

A Herança dos Reformadores

A Herança dos Reformadores

Uma Devoção, Uma Convicção e Uma Ação

Essa imagem precisa dizer muito para nós, essa é a sala no Castelo de Wartburg, local onde Lutero se escondeu após ser declarado um herege pela Dieta de Worms. Aqui ele traduziu a Bíblia para o alemão e viveu seus grandes conflitos e batalhas espirituais.

Aqui diz-se que Lutero teve confrontos com satanás, os que visitam esse local ainda podem ver marcas de tinta de seu tinteiro jogado na parede em uma dessas batalhas com o inimigo. Imagino eu seus joelhos deixaram marcas espirituais nesse lugar.

Os reformadores eram pessoas de devoção, tinham intimidade com Deus e dEle dependiam para empreender suas lutas, defender sua teologia e implementar sua eclesiologia. A teologia sem devoção é ineficaz, a doutrina árida, sem a relação direta com Deus é vazia. A verdadeira reforma de nossas vidas e, consequentemente da igreja, passa por uma vida de devoção. Tempo no secreto e de intimidade, onde se pode ouvir a voz de Deus. Esse é um exemplo muitas vezes esquecido, que os reformadores nos deixaram. Ajoelhe-se em devoção e tenha autoridade para se levantar e falar

Os reformadores eram pessoas de forte Convicção, muitos deles enfrentaram as fogueiras e a tortura da inquisição e, morreram confessando aquilo quem as suas consciências e as sagradas Escrituras lhes diziam. A opinião de rebanho muitas vezes envolve a igreja. Aqueles que se dizem teólogos seguem cegamente as opiniões de outros e assim se espalha uma igreja frágil e inconvicta que se move na direção da conveniência e dos modismos teológicos ou na superficialidade doutrinário e, na armadilha dos usos e costumes. Na versão King James a recomendação do apóstolo Pedro parece bem profunda. Seja convicto e convencido pela Palavra e pela razão.

“Antes, reverenciai a Cristo com Senhor em vosso coração, estando sempre preparados para responder a qualquer pessoa que vos questionar quanto a esperança que há em vós

Os reformadores eram pessoas de ação, levantaram a voz e, se posicionaram quando fazê-lo seria risco da própria vida. Esse é um legado necessário de ser aprendido e de assumirmos como herança. Os dias em que vivemos requerem de nós, herdeiros da Reforma, posicionamento e jamais relativização. O receio de cancelamentos virtuais e sociais, a tendencia a se moldar ao espírito do século, a personalidade frágil e, o desejo de estar sempre bem com todos, diverge em muito do espírito dos reformadores, que agiram afirmando a verdade contida nas Escrituras Sagradas. Afirme a verdade, e aja nessa direção, indepe3ndentemente das consequências.

Que o legado seja vivido e a memória dos mártires, devotos, convictos e de ação, seja nossa lembrança nesse dia da Reforma Protestante.

31 de outubro de 2023

Miguel Uchoa

Bispo Primaz – Igreja Anglicana no Brasil

Comunicado da Reunião de Líderes Ortodoxos Anglicanos

Comunicado da Reunião de Líderes Ortodoxos Anglicanos

Comunicado da Reunião de Líderes Ortodoxos Anglicanos
Cairo, Egito 17 – 19 de outubro de 2023

 

I. REUNIMOS:

1. Líderes ortodoxos anglicanos se reuniram na Catedral de Todos os Santos, no Cairo, Egito, de 17 a 19 de outubro de 2023. O tema do encontro foi “Eu vos farei luz para as nações” (Isaías 49:6b). Isto ressoa profundamente com a essência da nossa fé e da missão da Igreja. Em seu discurso de abertura, o presidente do GSFA, Arcebispo Justin Badi, nos encorajou como seguidores de Jesus a sermos portadores da luz de Deus, vivendo e proclamando Sua Verdade em um mundo destruído pelo pecado e quebrado.

2. Ficamos imensamente gratos pela maravilhosa hospitalidade que nos foi proporcionada pelo Arcebispo Samy Shehata, pela Província de Alexandria e pelo povo da Diocese do Egito. O calor de sua acolhida e hospitalidade proporcionou um contexto no qual pudemos discutir, compartilhar, discernir, orar, adorar e receber conselhos juntos. Ficámos igualmente gratos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e ao Ministério da Administração Interna por terem facilitado esta Conferência.

3. 13 primazes, incluindo 2 via zoom, participaram da reunião. A eles juntaram-se 10 observadores, incluindo líderes ortodoxos anglicanos de diferentes redes da Comunhão (ver lista abaixo).

4. Ficamos imensamente gratos a Deus pelo espírito de união que permeou nossa celebração de abertura. Agradecemos de coração ao Grande Imã Ahmad Al-Tayeb e Sua Santidade o Papa Twadros II por enviarem seus respectivos representantes, Dr. Abu Zeid Al-Amir e Bispo Aklemondos. Exemplificou o poder da harmonia inter-religiosa e ecumênica e do respeito mútuo. Também somos gratos aos embaixadores de diferentes países por sua presença.

5. O que nos levou à consulta no Cairo foi o compromisso na declaração da Quarta-Feira de Cinzas do GSFA (20 de fevereiro de 2023), e capturado também na declaração do GAFCON IV Kigali (abril de 2023) para que os líderes anglicanos ortodoxos trabalhem juntos para redefinir a comunhão.

6. Reunimo-nos no Cairo muito perto do conflito entre Israel e o Hamas. Ficamos profundamente perturbados com a destruição de vidas e bens do nosso Hospital Anglicano em Gaza, que aconteceu durante os dias do nosso encontro. Oramos pelo Arcebispo de Jerusalém e do Oriente Médio, pelo Rev. Dr. Hosam Naoum e por todos aqueles que estão envolvidos nesta tragédia. Isso nos fez empatizar com o imenso sofrimento dos enlutados, dos desabrigados, dos reféns e dos refugiados.

II. ADORAMOS:

7. Passamos um tempo durante nossa consulta em oração corporativa e adoração, com o desejo de ouvir a Palavra de Deus em nossos corações. Não temos dúvidas de que estamos engajados em uma batalha espiritual tanto dentro da igreja quanto com o mundo que é hostil ao Reino de Deus. A oração e o jejum são fundamentais para a paz no mundo, a vitalidade espiritual na igreja e o avanço do Reino de Deus.

8. Recebemos uma nova palavra através do sermão pregado na Eucaristia de abertura na Catedral de Todos os Santos. O texto bíblico que tomou conta de nossos corações é de Filipenses 1:27-28 “Somente que o seu modo de vida seja digno do evangelho de Cristo, (…) permanecendo firmes em um só espírito, com uma só mente lutando lado a lado pela fé do evangelho”. O chamado a permanecer firme na verdade do Evangelho, com unidade de espírito e espírito era inconfundível. Não podemos confundir tolerância com amor, porque o amor se deleita com a verdade. Por amor, devemos estar preparados para dizer coisas difíceis, a fim de conduzir as pessoas ao caminho da verdade e da plenitude da vida.

III. REDEFININDO A COMUNHÃO:

9. Prosseguir na Redefinição da Comunhão de acordo com as suas raízes bíblicas e históricas:

a) O mundo anglicano mudou tão drasticamente no último século. Em 1900, cerca de 80% da Comunhão vivia na Inglaterra. Hoje, estima-se que cerca de 75% dos anglicanos vivam em países do Sul Global. A demografia mudou e, infelizmente, em nossos dias, a teologia de muitos bispos na Igreja da Inglaterra também mudou em direção ao revisionismo. Precisamos de novos odres para uma nova realidade.

b) No dia 9 de outubro de 2023, a Câmara dos Bispos da Igreja da Inglaterra sinalizou sua intenção de recomendar orações de bênção para casais do mesmo sexo. Apesar de tudo o que está acontecendo, nós, como líderes ortodoxos, somos muito encorajados a ver grupos ortodoxos dentro da Igreja da Inglaterra começando a se posicionar coletivamente contra esse revisionismo em sua Igreja. Aplaudimos os 12 bispos da Igreja da Inglaterra que indicaram que não podem apoiar a decisão de sua Câmara dos Bispos, e os apoiaremos em nossas orações. Estaremos ao lado dos anglicanos ortodoxos na Inglaterra, tanto agora quanto daqui para frente.

c) Lamentamos com lágrimas tudo o que aconteceu à histórica “igreja mãe” da comunhão, e continuamos a orar pela sua restauração. Ao mesmo tempo, as igrejas e entidades anglicanas ortodoxas continuarão com a obra que Deus nos deu para fazer ao renovar a criação caída por meio da obra acabada de Jesus Cristo, nosso Senhor.

d) Em relação ao Arcebispo de Cantuária e aos outros instrumentos de comunhão, afirmamos a Declaração da Quarta-Feira de Cinzas e a Declaração de Kigali.

10. Como primazes ortodoxos, reafirmamos nossa adesão à Resolução 1.10 de Lambeth de 1998 na íntegra, tanto no ensino moral quanto no cuidado pastoral. Reconhecemos esta resolução como o ensinamento oficial da Comunhão Anglicana sobre matrimônio e sexualidade e pedimos que sejam dados passos renovados para encorajar todas as províncias a seguir esta doutrina na fé, na ordem e na prática.

IV. CONCORDAMOS COM O SEGUINTE:

(Nota: As ações abaixo foram acordadas pelo grupo de líderes que se reuniu nesta consulta e precisarão ser ratificadas e seguidas conforme necessário pelas respectivas províncias e agrupamentos anglicanos.)

11. Levar o Evangelho urgentemente por palavras e atos a um mundo sofrido. O Evangelho que anunciamos deve ser a fé entregue de uma vez por todas aos santos (Judas 3). Ela deve ser vivida na vida dos cristãos e demonstrada pelo amor e pelas boas obras. Nós vamos procurar colaborar em missão e ministério entre nós como diferentes órgãos ortodoxos (GSFA, GAFCON e outras províncias e entidades, incluindo os ortodoxos nos EUA e Reino Unido).

12. Rezar fervorosamente e apoiar o trabalho de socorro e redesenvolvimento em países devastados pela guerra, bem como por cristãos perseguidos e duramente pressionados.

a. Neste momento, somos solidários com o Arcebispo Ezekiel Kondo e com o povo do Sudão, apelando ao fim da violência e a um processo de paz e reconciliação. Apelamos à comunidade internacional para que dê toda a ajuda e apoio aos inocentes que estão deslocados devido aos combates. Oramos pelo povo deslocado e sofrido de Gana.

b. Também nos solidarizamos com o Arcebispo Azad Marshall e os cristãos perseguidos no Paquistão, bem como com o Rev. Stephen Than e o povo pressionado da Província de Mianmar. Também lembramos em nossas orações cristãos em muitas partes da Nigéria que são perseguidos.

c. Estamos profundamente preocupados que, se a Igreja da Inglaterra avançar com as mudanças propostas, isso aumentará a perseguição aos cristãos em muitas partes do Sul Global.

d. No caso da recente eclosão da guerra entre Israel e o Hamas, a nossa solidariedade é para com todos os que sofreram com o violento conflito. Oramos por um cessar-fogo e um diálogo sério para encontrar uma paz justa.

13. Afirmamos a Estrutura de Aliança da GSFA (às vezes chamada de Aliança do Cairo) como uma boa maneira de oferecer estrutura eclesiástica e responsabilidade para ser um locus de unidade para os ortodoxos em toda a Comunhão. Agradecemos a Deus pelo crescente número de membros das igrejas e parceiros missionários da GSFA. Também afirmamos o trabalho do GAFCON de plantar igrejas e apoiar o clero ortodoxo desalojado ou discriminado em províncias de tendência revisionista. Incluiremos províncias ortodoxas em projetos combinados de missão e desenvolvimento.

14. Mobilizar nossos recursos econômicos, iniciar projetos e arrecadar fundos para ajudar uns aos outros a se tornarem autossustentáveis, ou para atender necessidades especiais que surgem e ajudar em projetos de desenvolvimento.

15. Reunir-se anualmente como “Líderes Ortodoxos Anglicanos” para continuar este vínculo uns com os outros, para ser revigorado pela comunhão cheia do Espírito, para se aconselhar juntos sobre assuntos de Comunhão e para colaborar na missão e no ministério.

 

Primazes participantes

Revmo. Dr. Justin Badi, Província da Igreja Episcopal do Sudão do Sul
Revmo. Tito Zavala, A Igreja Anglicana do Chile
Revmo. Titre Ande, Província da Igreja Anglicana do Congo (via Zoom)
Revmo James Wong, A Igreja Anglicana do Oceano Índico
Revmo Stephen Than, A Igreja da Província de Mianmar (via Zoom)
Revmo Foley Beach, A Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA)
Revmo. Stephen Kaziimba, a Igreja da Província de Uganda
Revmo. Ezequiel Kondo, Província da Igreja Episcopal do Sudão
Rev. Miguel Uchoa Cavalcanti, Igreja Anglicana no Brasil
Revmo. Dr. Samy Shehata, A Província Episcopal / Anglicana de Alexandria
Revmo Albert Chama, A Igreja da Província da África Central
Revmo Henry Ndukuba, A Igreja da Nigéria
Revmo Laurent Mbanda, A Igreja Anglicana de Ruanda
Revmo Dr. Mouneer Anis, Arcebispo Emérito, Província Anglicana de Alexandria

Observadores

Rev. Azad Marshall, Moderador da Igreja do Paquistão
Rev.Conego John Dunnett, Conselho Evangélico Igreja da Inglaterra
Bispo Malcolm Richards, Diocese de Sydney
Bispo Fraser Lawton, Parceiros de Comunhão, EUA Revd Nicky Gumbel, Aliança, Reino Unido
Revd Richard Moy, SOMA UK
Revd Conego Charles Raven, Relay Trust
Sr. Stewart Wicker, SAMS, EUA
Bishop Tim Davies, Missão Anglicana na Inglaterra
Rev. Philip de-Gray Warter, Convocação Anglicana na Europa

Comunicado da Reunião de Líderes Ortodoxos Anglicanos

Você pode fazer o download do PDF com o comunicado e imprimir, para uso nas reflexões pastorais e de formação com a liderança das comunidades da Igreja Anglicana no Brasil, e com isso, fortalecer as bases e as diretrizes de uma unidade pastoral e teológica. Que Deus nos abençoe nessa jornada.

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – The Kigali Commitment

[Christ] is the head of the body, the church; he is the beginning and the firstborn from among the dead, so that in everything he might have the supremacy.  Colossians 1:18

Greetings from Kigali, Rwanda, where the fourth Global Anglican Future Conference (GAFCON) met from 17-21 April 2023, bringing together 1,302 delegates from 52 countries, including 315 bishops, 456 other clergy and 531 laity.

We were grateful for the extraordinary hospitality extended by Archbishop Laurent Mbanda and the Anglican Church of Rwanda. We were deeply saddened to hear the news of the loss of Laurent and Chantal’s son Edwin, and we continue to offer our prayers of comfort for the Mbanda family.

We were also privileged to be welcomed and addressed by the Prime Minister of the Republic of Rwanda, the Right Honourable Edouard Ngirente who spoke of the significance of our gathering.

Our conference theme for 2023 ‘To Whom Shall We Go?’ (John 6:68), along with our Bible studies in the Letter to the Colossians, focused our attention on Jesus, the one in whom all the fullness of God dwells in bodily form, the Lord of all creation and the head of his body, the church (Colossians 1:15-19; 2:9). 

Our Chairman in his opening address encouraged us to be a repenting church, a reconciling church, a reproducing church and a relentlessly compassionate church. This is the church we want to be. 

We were reminded that the purpose and mission of the church is to make known to a lost world the glorious riches of the gospel by proclaiming Christ crucified and risen, and living faithfully together as his disciples. 

Our Fellowship Together

We gave thanks for God’s goodness and faithfulness to the Gafcon movement since its inception in 2008, as we rejoiced in a new generation of emerging leaders. It is God who unites us to himself and to one other in the power of his Spirit (1 Corinthians 12:13). From the diversity of our different backgrounds and cultures we delighted in our unity in Christ and the love that we share. 

Many among us are from contexts of persecution or conflict and we know that as one part of the body suffers, we all suffer. Some were unable to attend the conference because of this. We prayed for our brothers and sisters in Sudan, and for the suffering church. We also heard testimony of the power of the gospel to transform lives even in these circumstances through the prayer, kindness and compassion of Christians. 

The Authority of God’s Word

The current divisions in the Anglican Communion have been caused by radical departures from the gospel of the Lord Jesus Christ. Some within the Communion have been taken captive by hollow and deceptive philosophies of this world (Colossians 2:8).  Such a failure to hear and heed God’s Word undermines the mission of the church as a whole. 

The Bible is God’s Word written, breathed out by God as it was written by his faithful messengers (2 Timothy 3:16). It carries God’s own authority, is its own interpreter, and it does not need to be supplemented, nor can it ever be overturned by human wisdom. 

God’s good Word is the rule of our lives as disciples of Jesus and is the final authority in the church.

It grounds, energises and directs our mission in the world. The fellowship we enjoy with our risen and ascended Lord is nourished as we trust God’s Word, obey it and encourage each other to allow it to shape each area of our lives.

This fellowship is broken when we turn aside from God’s Word or attempt to reinterpret it in any way that overturns the plain reading of the text in its canonical context and so deny its truthfulness, clarity, sufficiency, and thereby its authority (Jerusalem Declaration #2). 

The Current Crisis in the Anglican Communion

Despite 25 years of persistent warnings by most Anglican Primates, repeated departures from the authority of God’s Word have torn the fabric of the Communion. These warnings were blatantly and deliberately disregarded and now without repentance this tear cannot be mended.

The latest of these departures is the majority vote by the General Synod of the Church of England in February 2023 to welcome proposals by the bishops to enable same-sex couples to receive God’s blessing.  It grieves the Holy Spirit and us that the leadership of the Church of England is determined to bless sin.

Since the Lord does not bless same-sex unions, it is pastorally deceptive and blasphemous to craft prayers that invoke blessing in the name of the Father, Son and Holy Spirit. 

Any refusal to follow the biblical teaching that the only appropriate context for sexual activity is the exclusive lifelong union of a man and a woman in marriage violates the created order (Genesis 2:24; Matthew 19:4–6) and endangers salvation (1 Corinthians 6:9).

Public statements by the Archbishop of Canterbury and other leaders of the Church of England in support of same-sex blessings are a betrayal of their ordination and consecration vows to banish error and to uphold and defend the truth taught in Scripture.

These statements are also a repudiation of Resolution I.10 of the 1998 Lambeth Conference, which declared that ‘homosexual practice is incompatible with Scripture,’ and advised against the ‘legitimising or blessing of same sex unions’. This occurred despite the Archbishop of Canterbury having affirmed that ‘the validity of the resolution passed at the Lambeth Conference 1998, I.10 is not in doubt and that whole resolution is still in existence’. 

The 2022 Lambeth Conference demonstrated the deep divisions in the Anglican Communion as many bishops chose not to attend and some of those who did withdrew from sharing at the Lord’s table. 

The Failure of the Archbishop of Canterbury and the Other Instruments of Communion

We have no confidence that the Archbishop of Canterbury nor the other Instruments of Communion led by him (the Lambeth Conference, the Anglican Consultative Council and the Primates’ Meetings) are able to provide a godly way forward that will be acceptable to those who are committed to the truthfulness, clarity, sufficiency and authority of Scripture. The Instruments of Communion have failed to maintain true communion based on the Word of God and shared faith in Christ.

All four Instruments propose that the way ahead for the Anglican Communion is to learn to walk together in ‘good disagreement’. However we reject the claim that two contradictory positions can both be valid in matters affecting salvation. We cannot ‘walk together’ in good disagreement with those who have deliberately chosen to walk away from the ‘faith once for all delivered to the saints’ (Jude 3). The people of God ’walk in his ways’, ‘walk in the truth’, and ‘walk in the light’, all of which require that we do not walk in Christian fellowship with those in darkness (Deuteronomy 8:6; 2 John 4; 1 John 1:7).  

Successive Archbishops of Canterbury have failed to guard the faith by inviting bishops to Lambeth who have embraced or promoted practices contrary to Scripture. This failure of church discipline has been compounded by the current Archbishop of Canterbury who has himself welcomed the provision of liturgical resources to bless these practices contrary to Scripture. This renders his leadership role in the Anglican Communion entirely indefensible. 

Call for Repentance

Repentance defines and shapes the Christian life and the life of the church. Each day at the Conference, in response to God’s Word in Colossians, we were led in a time of repentance. 

Recognising our own sins, and in humility as forgiven sinners, we pray that those who have denied the orthodox Christian faith in word or deed would repent and return to the Lord (Jerusalem Declaration #13). 

Since those who teach will be judged more strictly (James 3:1), we call upon those provinces, dioceses and leaders who have departed from biblical orthodoxy to repent of their failure to uphold the Bible’s teaching. This includes matters such as human sexuality and marriage, the uniqueness and divinity of Christ, his bodily resurrection, his promised return, the summons to faith and repentance and the final judgment.

We long for this repentance but until they repent, our communion with them remains broken. 

We consider that those who refuse to repent have abdicated their right to leadership within the Anglican Communion, and we commit ourselves to working with orthodox Primates and other leaders to reset the Communion on its biblical foundations.

Support for Faithful Anglicans

Since the inception of Gafcon, it has been necessary for the Gafcon Primates to recognise new orthodox jurisdictions for faithful Anglicans, such as the Anglican Church in North America (ACNA), the Anglican Church in Brazil, the Anglican Network in Europe (ANiE), the Church of Confessing Anglicans Aotearoa New Zealand, and the Diocese of the Southern Cross. We encourage the Gafcon Primates to continue to provide such safe harbour for faithful Anglicans.

In view of the current crisis, we reiterate our support for those who are unable to remain in the Church of England because of the failure of its leadership. We rejoice in the growth of the ANiE and other Gafcon-aligned networks. 

We also continue to stand with and pray for those faithful Anglicans who remain within the Church of England. We support their efforts to uphold biblical orthodoxy and to resist breaches of Resolution I.10. 

Appropriate Pastoral Care

Aware of our own sin and frailty, we commit ourselves to providing appropriate pastoral care to all people in our churches. This is all the more necessary in the current context of sexual and gender confusion, made worse by its deliberate and systematic promotion across the world. 

Appropriate pastoral care affirms faithfulness in marriage and abstinence in singleness. It is not appropriate pastoral care to mislead people, by pretending that God blesses sexually active relationships between two people of the same sex. This is unloving as it leads them into error and places a stumbling block in the way of their inheriting the kingdom of God (1 Corinthians 6:9-11). 

We affirm that every person is loved by God and we are determined to love as God loves. As Resolution I.10 affirms, we oppose the vilification or demeaning of any person including those who do not follow God’s ways, since all human beings are created in God’s image. 

We are thankful to God for all those who seek to live a life of faithfulness to God’s Word in the face of all forms of sexual temptation. 

We pledge ourselves afresh to support and care for one another in a loving and pastorally sensitive way as members of Christ’s body, building one another up in the Word and in the Spirit, and encouraging each other to experience God’s transforming power as we walk by faith in the path of repentance and obedience that leads to fullness of life.

Resetting the Communion

We were delighted to be joined in Kigali by leaders of the Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA) and to host a combined Gafcon-GSFA Primates meeting. Together, these Primates represent the overwhelming majority (estimated at 85%) of Anglicans worldwide.

The leadership of both groups affirmed and celebrated their complementary roles in the Anglican Communion. Gafcon is a movement focused on evangelism and mission, church planting and providing support and a home for faithful Anglicans who are pressured by or alienated from revisionist dioceses and provinces. GSFA, on the other hand, is focused on establishing doctrinally based structures within the Communion. 

We rejoice in the united commitment of both groups on three fundamentals: the lordship of Jesus Christ; the authority and clarity of the Word of God; and the priority of the church’s mission to the world. We acknowledge their agreement that ‘communion’ between churches and Christians must be based on doctrine (Jerusalem Declaration #13; GSFA Covenant 2.1.6). Anglican identity is defined by this and not by recognition from the See of Canterbury.

Both GSFA and Gafcon Primates share the view that, due to the departures from orthodoxy articulated above, they can no longer recognise the Archbishop of Canterbury as an Instrument of Communion, the ‘first among equals’ of the Primates. The Church of England has chosen to impair her relationship with the orthodox provinces in the Communion. 

We welcome the GSFA’s Ash Wednesday Statement of 20 February 2023, calling for a resetting and reordering of the Communion. We applaud the invitation of the GSFA Primates to collaborate with Gafcon and other orthodox Anglican groupings to work out the shape and nature of our common life together and how we are to maintain the priority of proclaiming the gospel and making disciples of all nations.

Resetting the Communion is an urgent matter.  It needs an adequate and robust foundation that addresses the legal and constitutional complexities in various Provinces. The goal is that orthodox Anglicans worldwide will have a clear identity, a global ‘spiritual home’ of which they can be proud, and a strong leadership structure that gives them stability and direction as Global Anglicans. We therefore commit to pray that God will guide this process of resetting, and that Gafcon and GSFA will keep in step with the Spirit.

Our Future Together

As we considered the future of our movement we welcomed the following seven priorities articulated by the General Secretary and endorsed by the Gafcon Primates.

We will engage in a decade of discipleship, evangelism and mission (2023-2033).

We will devote ourselves to raising up the next generation of leaders in Gafcon through Bible-based theological education that will equip them to be Christ-centred and servant-hearted.

We will prioritise youth and children’s ministry that instructs them in the Word of the Lord, disciples them to maturity in Christ and equips them for a lifetime of Christian service. 

We will affirm and encourage the vital and diverse ministries, including leadership roles, of Gafcon women in family, church and society, both as individuals and as groups.

We will demonstrate the compassion of Christ through the many Gafcon mercy ministries.

We will resource and support bishops’ training that produces faithful, courageous, servant leaders.

We will build the bonds of fellowship and mutual edification through interprovincial visits of our Primates. 

Arising from our conference we encouraged the Primates Council also to prioritise discipleship for boys and men.

In order to pursue these priorities and to grow the work of the Gafcon movement, we endorsed the establishment of a foundation endowment. We also encouraged the Gafcon provinces to become financially self-sufficient, not only to advance mission but also to avoid being vulnerable to economic manipulation. 

Most importantly of all, we commit ourselves afresh to the gospel mission of proclaiming the crucified, risen and ascended Christ, calling on all to acknowledge him as Lord in repentance and faith, and living out a joyful, faithful obedience to his Word in all areas of our lives. We will explore fresh ways to encourage each other, to pray for one another and to hold each other accountable in these things.

We commit ourselves into the hands of our almighty and loving heavenly Father with confidence that he will fulfil all his promises and, even through a time of pruning, Christ will build his church.

‘To whom shall we go?’ 
We go to Christ who alone has the words of eternal life (John 6:68) 
and then we go with Christ to the whole world. Amen

Kigali, Rwanda 21 April 2023

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – O Compromisso de Kigali – PT

O Compromisso de Kigali

Ele (Cristo) é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Colossenses 1:18
 

Saudações desde Kigali, Ruanda, onde a quarta Conferência Global do Futuro Anglicano (Global Anglican Future Conference – GAFCON) aconteceu entre os dias 17 a 21 de abril de 2023, reunindo 1.302 delegados de 52 países, incluindo 315 bispos, 456 outros clérigos e 531 leigos.

Ficamos gratos pela extraordinária hospitalidade oferecida pelo Arcebispo Laurent Mbanda e pela Igreja Anglicana de Ruanda. Ficamos profundamente tristes ao ouvir a notícia da perda do filho de Laurent e Chantal, Edwin, e continuamos a oferecer nossas orações de conforto para a família Mbanda.

Também tivemos o privilégio de sermos recebidos e dirigidos pelo Primeiro Ministro da República de Ruanda, o Honorável Edouard Ngirente, que falou sobre a importância do nosso encontro.

O tema da nossa conferência para 2023 ‘Para quem iremos nós?’ (João 6:68), juntamente com nossos estudos bíblicos na Carta aos Colossenses, concentrou nossa atenção em Jesus, aquele em quem habita corporalmente toda a plenitude de Deus, o Senhor de toda a criação e a cabeça de seu corpo, a Igreja (Colossenses 1:15-19; 2:9).

Nosso presidente em seu discurso de abertura nos incentivou a sermos uma igreja que se arrepende, uma igreja reconciliadora, uma igreja que se multiplica e uma igreja persistentemente compassiva. Esta é a igreja que queremos ser.

Fomos lembrados de que o propósito e a missão da igreja é dar a conhecer a um mundo perdido as gloriosas riquezas do evangelho, proclamando Cristo crucificado e ressuscitado, e vivendo fielmente juntos como seus discípulos.

Nossa Comunhão Mútua

Demos graças pela bondade e pela fidelidade de Deus ao movimento Gafcon desde o seu início em 2008, enquanto nos regozijávamos com uma nova geração de líderes emergentes. É Deus quem nos une a si mesmo e uns aos outros no poder do seu Espírito (1 Coríntios 12:13). Em meio a diversidade de nossas diferentes origens e culturas, nos deleitamos em nossa unidade em Cristo e no amor que compartilhamos.

Muitos de nós vimos de contextos de perseguição ou conflito e sabemos que quando uma parte do corpo sofre, todos sofrem. Por esta razão, alguns não puderam comparecer à conferência. Oramos por nossos irmãos e irmãs no Sudão e pela igreja perseguida. Também ouvimos testemunhos do poder do evangelho para transformar vidas, mesmo nessas circunstâncias, por meio da oração, bondade e compaixão dos cristãos.

A autoridade da palavra de Deus

As atuais divisões na Comunhão Anglicana têm sido causadas por afastamentos radicais do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Alguns dentro da Comunhão foram levados cativos por filosofias vazias e enganosas deste mundo (Colossenses 2:8). Tal falha em ouvir e atender à Palavra de Deus prejudica a missão da igreja como um todo.

A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, soprada por Deus, como foi registrado por seus fiéis mensageiros (2 Timóteo 3:16). Ela carrega a própria autoridade de Deus, é sua própria intérprete e não precisa ser complementada, nem pode jamais ser anulada pela sabedoria humana.

A boa Palavra de Deus é a regra de nossas vidas como discípulos de Jesus e é a autoridade final na igreja.

Ela fundamenta, vivifica e dirige a nossa missão no mundo. A comunhão que desfrutamos com nosso Senhor ressuscitado e ascendido é nutrida à medida que confiamos na Palavra de Deus, obedecemos a ela e nos encorajamos mutuamente a permitir que ela molde cada área de nossas vidas.

Esta comunhão é quebrada quando nos desviamos da Palavra de Deus ou tentamos reinterpretá-la de qualquer forma que subverta a leitura simples do texto em seu contexto canônico e, assim, negamos sua veracidade, clareza, suficiência e, portanto, sua autoridade (Declaração de Jerusalém #2).

A Crise Atual na Comunhão Anglicana

Apesar de 25 anos de advertências persistentes por parte da maioria dos primazes anglicanos, repetidos afastamentos da autoridade da Palavra de Deus rasgaram o tecido da Comunhão. Esses avisos foram flagrantemente e deliberadamente desconsiderados e agora, sem arrependimento, este rasgo não pode ser restaurado.

O mais recente desses afastamentos é o voto majoritário no Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, em fevereiro de 2023, acolhendo as propostas dos bispos para permitir que casais do mesmo sexo recebam a bênção de Deus. Entristece o Espírito Santo e a nós que a liderança da Igreja da Inglaterra esteja determinada a abençoar o pecado.

Visto que o Senhor não abençoa as uniões entre pessoas do mesmo sexo, é pastoralmente enganoso e blasfemo elaborar orações que invoquem bênçãos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Qualquer recusa em seguir o ensino bíblico de que o único contexto apropriado para a atividade sexual é a união vitalícia exclusiva de um homem e uma mulher em casamento, viola a ordem criada (Gênesis 2:24; Mateus 19:4–6) e põe em risco a salvação (1 Coríntios 6:9).

As declarações públicas do Arcebispo de Cantuária e de outros líderes da Igreja da Inglaterra em apoio às bênçãos para união de pessoas do mesmo sexo, são uma traição aos seus votos de ordenação e sagração para banir o erro e manter e defender a verdade ensinada nas Escrituras.

Estas declarações são também um repúdio à Resolução I.10 da Conferência Lambeth de 1998, que declara que “a prática homossexual é incompatível com as Escrituras” e desaconselha a “legitimação ou a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo”. Isto ocorreu apesar do Arcebispo de Cantuária ter afirmado que “a validade da resolução aprovada na Conferência de Lambeth de 1998, I.10, não é questionada e que toda a resolução ainda está em vigor”.

A Conferência de Lambeth de 2022 demonstrou as profundas divisões na Comunhão Anglicana, já que muitos bispos optaram por não comparecer e, alguns dos que compareceram, se retiraram da partilha na mesa do Senhor.

O fracasso do Arcebispo de Cantuária e dos outros Instrumentos de Comunhão

Não temos confiança de que nem o Arcebispo de Cantuária nem os outros Instrumentos de Comunhão por ele liderados (a Conferência de Lambeth, o Conselho Consultivo Anglicano e as Reuniões dos Primazes) sejam capazes de proporcionar um caminho divino que seja aceitável para aqueles que estão comprometidos com a veracidade, clareza, suficiência e autoridade das Escrituras. Os Instrumentos da Comunhão não conseguiram manter a verdadeira comunhão baseada na Palavra de Deus e a fé compartilhada em Cristo.

Todos os quatro instrumentos propõem que a direção para a Comunhão Anglicana é aprender a caminhar juntos em “boa discordância”. Entretanto, rejeitamos a afirmação de que duas posições contraditórias podem ser igualmente válidas em assuntos que afetam a salvação. Não podemos “caminhar juntos” em boa discordância com aqueles que deliberadamente escolheram afastar-se da ” fé uma vez por todas confiada aos santos.” (Judas 3). O povo de Deus “anda em seus caminhos”, “anda na verdade” e “anda na luz”, tudo isso exige que não andemos em comunhão cristã com os que estão nas trevas (Deuteronômio 8:6; 2 João 4; 1 João 1:7).

Sucessivos Arcebispos de Cantuária não conseguiram guardar a fé ao convidar para Lambeth bispos que abraçaram ou promoveram práticas contrárias às Escrituras. Este fracasso da disciplina da Igreja foi agravado pelo atual Arcebispo de Cantuária que, por sua vez, acolheu favoravelmente a provisão de recursos litúrgicos para abençoar estas práticas contrárias às Escrituras. Isto torna seu papel de liderança na Comunhão Anglicana totalmente indefensável.

Chamado ao Arrependimento

O arrependimento define e molda a vida cristã e a vida da igreja. A cada dia na Conferência, em resposta à Palavra de Deus na carta aos Colossenses, fomos direcionados a um tempo de arrependimento.

Reconhecendo nossos próprios pecados e humildemente como pecadores perdoados, oramos para que aqueles que negaram a fé cristã ortodoxa em palavras ou atos se arrependam e retornem ao Senhor (Declaração de Jerusalém #13).

Uma vez que aqueles que ensinam serão julgados com mais rigor (Tiago 3:1), convocamos as províncias, dioceses e líderes que se afastaram da ortodoxia bíblica a se arrependerem de sua falha em defender os ensinamentos da Bíblia. Isto inclui assuntos como a sexualidade humana e o casamento, a singularidade e divindade de Cristo, sua ressurreição corporal, seu retorno prometido, o chamado à fé e ao arrependimento e o julgamento final.

Ansiamos por este arrependimento, mas, até que isto aconteça, nossa comunhão com eles permanecerá rompida.

Consideramos que aqueles que se recusam a se arrepender, abdicaram de seu direito à liderança dentro da Comunhão Anglicana, e nos comprometemos a trabalhar com os primazes ortodoxos e outros líderes para restabelecer a Comunhão em seus fundamentos bíblicos.

Apoio aos Anglicanos Fiéis

Desde o início do Gafcon, tem sido necessário que os Primazes do Gafcon reconheçam novas jurisdições ortodoxas para os anglicanos fiéis, como a Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA), a Igreja Anglicana no Brasil, a Rede Anglicana na Europa (ANiE), a Igreja de Confissão dos Anglicanos Aotearoa Nova Zelândia e a Diocese da Cruz do Sul. Encorajamos os Primazes do Gafcon a continuar a oferecer esse porto seguro para os anglicanos fiéis.

Em vista da crise atual, reiteramos nosso apoio àqueles que não podem permanecer na Igreja da Inglaterra por causa da falha de sua liderança. Regozijamo-nos com o crescimento da ANiE e de outras redes alinhadas com o Gafcon.

Também continuamos a nos apoiar e a orar pelos anglicanos fiéis que permanecem dentro da Igreja da Inglaterra. Apoiamos seus esforços para manter a ortodoxia bíblica e para resistir às violações da Resolução I.10.

 Cuidado Pastoral Apropriado

Conscientes de nosso próprio pecado e fragilidade, nos comprometemos a proporcionar um cuidado pastoral adequado a todas as pessoas em nossas igrejas. Isto é ainda mais necessário no atual contexto de confusão sexual e de gênero, agravado por sua promoção deliberada e sistemática em todo o mundo.

O cuidado pastoral apropriado afirma fidelidade no casamento e abstinência na vida de solteiro. Não é um cuidado pastoral apropriado enganar as pessoas, fingindo que Deus abençoa os relacionamentos sexualmente ativos entre duas pessoas do mesmo sexo. Isto é pouco amoroso, pois os leva ao erro e coloca um obstáculo no caminho de sua herança do Reino de Deus (1 Coríntios 6:9-11).

Afirmamos que cada pessoa é amada por Deus e estamos determinados a amar como Deus ama. Como afirma a Resolução I.10, nos opomos à difamação e à calúnia de qualquer pessoa, inclusive daquelas que não seguem os caminhos de Deus, já que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.

Somos gratos a Deus por todos aqueles que procuram viver uma vida de fidelidade à Palavra de Deus em face de todas as formas de tentação sexual.

Comprometemo-nos a apoiar e cuidar uns dos outros de uma forma amorosa e pastoralmente sensível, como membros do corpo de Cristo, edificando uns aos outros na Palavra e no Espírito, e encorajando uns aos outros a experimentar o poder transformador de Deus enquanto caminhamos pela fé no caminho do arrependimento e da obediência que leva à plenitude da vida.

Redefinindo a Comunhão

Ficamos maravilhados em receber em Kigali os líderes da Fraternidade das Igrejas Anglicanas do Sul Global (Global South Fellowship of Anglican Churches – GSFA) e de termos tido uma reunião conjunta entre os primazes Gafcon-GSFA. Juntos, esses primazes representam a esmagadora maioria (estimada em 85%) dos anglicanos em todo o mundo.

A liderança de ambos os grupos afirmou e celebrou seus papéis complementares na Comunhão Anglicana. Gafcon é um movimento focado em evangelismo e missão, plantação de igrejas e apoio bem como é um lar para anglicanos fiéis que são pressionados ou isoladas por dioceses e províncias revisionistas. O GSFA, por outro lado, está focado em estabelecer estruturas baseadas na doutrina dentro da Comunhão.

Nos alegramos com o compromisso em unidade de ambos os grupos sobre três fundamentos: o senhorio de Jesus Cristo; a autoridade e clareza da Palavra de Deus; e a prioridade da missão da igreja para o mundo. Reconhecemos sua concordância de que a “comunhão” entre igrejas e cristãos deve ser baseada na doutrina (Declaração de Jerusalém #13; Pacto GSFA 2.1.6). A identidade anglicana é definida por isto e não pelo reconhecimento da Sé de Cantuária.

Ambos os Primazes do GSFA e do Gafcon compartilham a opinião de que, devido aos desvios da ortodoxia articulada acima, eles não podem mais reconhecer o Arcebispo de Cantuária como um Instrumento de Comunhão, nem como o “primeiro entre iguais” dos Primazes. A Igreja da Inglaterra optou por prejudicar sua relação com as províncias ortodoxas da Comunhão.

Nós aplaudimos a Declaração da Quarta-feira de Cinzas do GSFA em 20 de fevereiro de 2023, pedindo um restabelecimento e a reordenação da Comunhão. Parabenizamos o convite dos Primazes do GSFA para colaborar com o Gafcon e com os outros agrupamentos anglicanos ortodoxos, para trabalhar juntos a forma e a natureza de nossa vida comum e como devemos manter a prioridade de proclamar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.

Redefinir a Comunhão é um assunto urgente. Ela precisa de uma base adequada e robusta que aborde as complexidades legais e constitucionais das diversas Províncias. O objetivo é que os anglicanos ortodoxos no mundo todo tenham uma identidade clara, um “lar espiritual” global do qual possam se orgulhar, e uma forte estrutura de liderança que lhes dê estabilidade e direção como anglicanos globais. Portanto, nos comprometemos a orar para que Deus guie este processo de redefinição e que o Gafcon e o GSFA se mantenham em sintonia com o Espírito.

Nosso Futuro Juntos

Ao considerarmos o futuro de nosso movimento, acolhemos as sete prioridades a seguir, articuladas pelo Secretário Geral e endossadas pelos primazes do Gafcon.

Nós vamos nos envolver em uma década de discipulado, evangelismo e missão (2023-2033).

Vamos nos dedicar a levantar a próxima geração de líderes no Gafcon por meio da educação teológica baseada na Bíblia que os equipará para serem centrados em Cristo e com um coração de servo.

Vamos priorizar o ministério de jovens e crianças que os instrui na Palavra do Senhor, os discipula até a maturidade em Cristo e os prepara para uma vida inteira de serviço cristão.

Afirmaremos e incentivaremos os ministérios vitais e diversos, incluindo os papéis de liderança, do ministério das Mulheres no Gafcon, agindo na família, igreja e sociedade, tanto como indivíduos quanto como grupos.

Demonstraremos a compaixão de Cristo através dos muitos ministérios de misericórdia do Gafcon.

Nós vamos financiar e apoiar o programa de treinamento de bispos, que produz líderes fiéis, corajosos e servos.

Construiremos os laços de comunhão e edificação mútua através de visitas interprovinciais dos nossos primazes.

Ao sair de nossa conferência, encorajamos o Conselho de Primazes a priorizar também o discipulado para meninos e homens.

A fim de perseguir estas prioridades e de fazer crescer o trabalho do movimento Gafcon, endossamos o estabelecimento de uma fundação para doação. Também encorajamos as províncias Gafcon a se tornarem financeiramente auto-suficientes, não apenas para avançar a missão, mas também para evitar serem vulneráveis à manipulação econômica.

O mais importante de tudo, nós nos comprometemos novamente com a missão evangélica de proclamar o Cristo crucificado, ressuscitado e ascendido, convidando todos a reconhecê-lo como Senhor no arrependimento e na fé, e vivendo uma obediência alegre e fiel a sua Palavra em todas as áreas de nossas vidas. Exploraremos novas maneiras de encorajar uns aos outros, de orar uns pelos outros e de nos responsabilizarmos uns pelos outros nestes pontos.

Nós nos entregamos nas mãos do nosso todo-poderoso e amoroso Pai celestial com a confiança de que ele cumprirá todas as suas promessas e, mesmo através de um tempo de poda, Cristo edificará a sua igreja.

‘Para onde iremos nós?’

Vamos a Cristo, o único que tem as palavras da vida eterna (João 6:68)
e, então, vamos com Cristo para o mundo inteiro. Amém.

Kigali, Ruanda 21 de Abril de 2023

ABOUT THE DECISION OF THE GENERAL SYNOD OF THE CHURCH OF ENGLAND TO “BLESS” SAME-SEX UNIONS.

Preach the word; be prepared in season and out of season; correct, rebuke and encourage —with great patience and careful instruction. For the time will come when people will not put up with sound doctrine. Instead, to suit their own desires, they will gather around them a great number of teachers to say what their itching ears want to hear.2 Timóteo 4:2-5

THE ANGLICAN CHURCH IN BRAZIL STATEMENT

After publicization in the national and international media about the decision of the General Synod of the Church of England to “bless” same-sex unions, the Anglican Church in Brazil joins the findings of the GSFA (Global South Fellowship of Anglican Churches and the GAFCON (Global Anglican Future Conference) and understand the need to make the following clarifications.

1. The Anglican Communion comprises more than 40 autonomous provinces, which are national churches and, in some cases, multinationals, involving more than one country. Their canons govern them. And they are expected to live in unity with the other Provinces of The Communion.

2. The Anglicans in England form “The Church of England,” and it is one of those more than 40 Provinces.

3. The decision made by the Church of England at its national Synod 2023 does not affect the other churches of the Anglican Communion and applies only to that church.

4. The Anglican Church in Brazil is part of Anglicans around the world who remain faithful to the Holy Scriptures of the Old and New Testaments and follow the resolutions established by their majority at the Lambeth Conference in 1998, especially that concerning human sexuality (resolution 1:10)

5. The Anglican Church in Brazil is part of The GAFCON (Global Conference for the Future of Anglicanism) signatory of the “Jerusalem Declaration,” and a member of The Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA), which brings together more than 70 million Anglicans worldwide who remain faithful to the Bible as the Word of God.

6. The Anglican Church in Brazil refutes the biblical revisionism that has been “tearing” the fragile fabric of church unity.

7. As Christians, we love all human beings seeing them as God’s creation and, as such, in constant need of God’s love and forgiveness; from ourselves, we can also identify sin in our lives.

8. The Union between a man and a woman is how we biblically understand marriage, so we defend and practice it. (Gen 2:24)

9. We come against violence against any human being despite their sexual identity and recognize the need for pastoral care for those in conflict.

10. We are looking forward to the GAFCON IV in April when together with thousands of Anglicans, we will pray, reflect and decide the next steps to be taken on the subject

DECISION OF THE ACiB

In reflection and prayer, the Executive Council of the Anglican Church in Brazil decided: To declare impaired communion with Dioceses, churches, institutions, and leaders in the Anglican Communion that support the CoE General Synod 2023 resolutions on same-sex blessings. We also eagerly believe that many Anglicans in England hold to the orthodox faith and are under threat, so we offer our prayers and support in any possible way.


The Most Revd. Miguel Uchoa
Archbishop and Primate
Chair of the Executive Committee