
Uma Jornada Terra Adentro Viagem Missionária Episcopal PB/CE
A Igreja Anglicana na Paraíba completa 41 anos em 2025. Eu estava no culto inaugural na Av. Epitácio Pessoa, ainda jovem, lembro bem dos detalhes e da esperança promissora de todos que estavam empreendendo aquela missão. Havia muita esperança e louvo a Deus por aquele povo que empreendeu essa 1ª fase, especialmente a visão do então Pr. Paulo Garcia da Igreja Anglicana da Trindade. Foi uma bela e visionária iniciativa. A história registra um bom começo e, como toda história, registra também seus percalços e desafios, alguns deles que queremos deixar no extremo da memória, apenas como prevenção, para que nunca mais se repitam.
Mas quero louvar a Deus pela geração que surgiu em seguida e que, com muita disposição, levou a cabo a obra de maneira pujante. A disciplina do Pr. Sousa e a chegada do primeiro bispo da região, Flavio Adair, em seguida, uma vibrante geração de jovens que se tornaram pastores (as), e que hoje, décadas depois, assumiram a liderança dessa região, tornando-a uma diocese e fazendo daquele primeiro projeto uma realidade. Veio a expansão, levando a igreja para o interior, sonho antigo dos anglicanos nordestinos.
1a Etapa. ( João Pessoa – Campina Grande)
Junto com os Bispos Márcio Meira (Diocesano da DJP) e Miguel Neto (Bispo Auxiliar da DJP), partimos para o Oeste Paraibano com destino à cidade de Iguatu, sertão
Cearense, com paradas estratégicas. A 1ª parada foi em Campina Grande, onde nos reunimos com os pastores (as), postulantes e ministros (as) da Região do Cariri Paraibano. Rev. Charles e Post. Julia, casal pastoral da cidade, Post Rosana de Caturité, Rev. Neto e M.L. Gerlane de Boqueirão, e de Guarabira, a Revda Gisele, além de líderes e ministros(as) da região. Em um almoço fraterno, ministrei
uma palavra sobre os desafios da liderança, e demos
direcionamentos. Foi muito bom ver a presença tão promissora da nossa igreja nessa região.
2ª Etapa (Campina Grande – Patos)
desenvolvimento daquela região após subirmos a serra de St Luzia. O clima estava ameno, pelo que demos graças, já estive ali quando ele não estava nada ameno. O vigor da cidade é visível pelos empreendimentos locais e pela infraestrutura que vai se construindo. Tínhamos que ter uma igreja naquela cidade, pois, assim como os negócios e o desenvolvimento se expandem a partir dali, também o bom evangelho que proclamamos terá o mesmo destino.
A Igreja Anglicana Comunhão tem como líderes o Bispo Miguel Neto e sua esposa Revda. Priscilla Abrantes auxiliados pelo Post. Adylson. A Igreja em Patos é vibrante e corajosa, DNA de seus líderes. Ali tivemos um PDL onde falamos sobre o líder visionário para um excelente grupo de líderes que vai se formando naquela comunidade.
A ousadia desses líderes fez com que eles “molhassem os pés” (Js 3:15-17) e adquirissem 9 lotes que somam quase 3 mil metros quadrados, onde será construído o templo da futura Catedral Anglicana do sertão. Pude ver uma igreja viva e líderes de uma geração que está, não somente vivendo
os milagres de Deus, mas plantando colunas firmes para que o evangelho se espalhe por toda aquela região.
3ª Etapa (Patos – Iguatu (CE)
Logo cedo partimos com destino a Iguatu, sertão do Ceará. A vegetação no caminho começa a mudar, mas o verde característico dessa época e as várias represas e açudes enfeitam o caminho, e a estrada, com uma serpente, segue em meio a essa linda paisagem. Enquanto dirijo, não posso retrair meu pensamento de que, um dia, ainda jovem, era inconformado com a nossa igreja ser excessivamente urbana e de ter orado tanto para que, como “entradas e bandeiras” da fé, pudéssemos vivenciar aquilo que meus olhos agora estavam vendo. Não pude deixar de me emocionar.
Chegamos a Iguatu, onde à noite, o casal pastoral Revda. Reiza e Rev. Guilherme plantaram uma linda igreja, iniciando de um “marco zero”. A Igreja Anglicana Comunhão de Iguatu nasceu de uma casa de paz, grupo de amigos, célula, células e, então, igreja. Seguindo uma estratégia que tem se mostrado bastante eficaz. Nos hospedamos no Hotel Diocesano da Diocese Católica da região, que um dia algum visionário implantou e que hoje serve a centenas de pessoas e profissionais que circulam por aquela região, com uma estrutura confortável e acolhedora.

Participamos de um culto (4ª Profética) e da instituição da M.L. Vania. Ali preguei sobre ser “Uma igreja sobrenatural”. Após a celebração, tivemos um encontro com jantar que envolveu a liderança da Igreja, seminaristas, postulantes e uma delegação vinda de nossa igreja Comunhão em Juazeiro do Norte, liderada pelo Rev. Daniel, diácono em transição, e uma equipe de jovens líderes.
Além do casal de postulantes Patrício e Bruna, que estão em processo de implantação da igreja em Acopiara/CE, 40 km de Iguatu.
A Igreja em Iguatu, também tem aprendido a “molhar os pés” e já adquiriu o terreno e iniciou a construção do templo em um projeto desafiador de desbravamento de regiões, movidos pela fé.
A Revda. Reiza, e sua equipe me fez lembrar Lídia, a empresária do ramo de tapeçaria, que abriu sua casa e sua vida para a implantação da igreja na Europa e está registrada na carta de Paulo aos Filipenses.
Voltamos cheios de alegria e da certeza de que as sementes do evangelho estão sendo plantadas nesta região, que os brotos já desabrocham e que aquele meu sonho de ver o anglicanismo nordestino se espalhar pelo interior do país não é mais um sonho.
Na volta e última parada, me encontrei e tomei café com o grupo de jovens de Falls Church, Virginia, EUA, liderados pelo Pr. Martin, que estava em missão na DJP. Falls Church é uma das grandes mantenedoras do ARDF, fundo de ajuda humanitária que tem ajudado a igreja nos projetos sociais.
Essa é uma marca de nossa igreja, uma igreja global presente em todos os cantos anunciando o evangelho na íntegra.
Nos quase 1600 km rodados, meus olhos viram acordados aquilo que um dia sonhei. Parabéns aos Bispos Márcio Meira e Miguel Neto pelo espírito desbravador e empreendedor com visão
de Reino. Assim, a igreja avança. E, como sempre digo, este é … “Um Novo tempo, e o Evangelho de Sempre!”

